O Diretório Acadêmico de Filosofia da UEFS convoca todos estudantes, em especial os representantes de turma e os representantes de filosofia no departamento para uma reunião a ser realizada no dia 08 de Outubro de 2012, (Segunda-feira), com início previsto para as 17:00 na sala do D.A. (MP 74): Reunião (17:00): Pauta: 1. Informes: - Representantes de turma; - Representantes de departamento (filosofia); 2. Participação estudantil; 3. Participação das representações; 4. O que ocorrer |
Este Blog foi criado com o intuito de integrar e informar nossos colegas de curso, mas está aberto a todos os que tem sede. "praebere sitientibus"
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Reunião
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Brevíssimo e grosseiro ensaio sobre O Príncipe de Nicolau Maquiavel.
* O ensaio que será disponibilizado a seguir é meramente um texto com pouca confiabilidade, que jamais poderá substituir a leitura do livro, muito menos uma interpretação própria sobre a obra, o objetivo dele aqui é tão simplesmente dar material ao Blog.
Vinicius Pimentel Ferreira
"A
Fortuna Favorece os Audazes – O Príncipe, Nicolau Maquiavel
Maquiavel, em seu livro O Príncipe, parece demonstrar que um governante irá deparar-se
sempre com a fortuna, e este deve sempre estar apto, cheio de virtú, para poder lidar com esta potência
que nos dias atuais muito nos faz lembrar a sorte, mas para falar a cerca
disto, é preciso entender o conceito de tais termos dado pelo próprio Nicolau, na
esperança de que, não se venha a cometer algum engano.
No
capitulo XXV DE QUANTO PODE A FORTUNA NAS COISAS HUMANAS
E DE QUE MODO SE LHE DEVA RESISTIR. (QUANTUM
FORTUNA IN REBUS HUMANIS POSSIT, ET QUOMODO ILLI SIT OCCOREN DUM). O autor insinua que em parte concorda com a opinião
geral de que a fortuna assim como Deus, governa o nosso mundo, mas considera
também que uma vez que os homens portam o livre arbítrio, estes também possuem parte
nesse governo e mesmo que este poder seja pequeno, os homens não ficam totalmente
sujeitos a ação desta governante do
mundo, podendo, quando possível, exercer nossa própria vontade através da virtú, mesmo que essa vontade vá de
contra os caprichos da fortuna.
“aquele que menos se apoiou na fortuna
reteve o poder mais seguramente.”(Capitulo VI, parágrafo 2 )
“Necessitando um príncipe, pois, saber bem empregar o animal, deve este
tomar como modelo a raposa e o leão.” (Capitulo XVIII, parágrafo 3)
Um homem repleto de virtú não se acomoda nos tempos da bonança, como fazem a maioria,
na ilusão que as tempestades jamais virão¹, ao contrario disto, está sempre
atento, e sabe que se num momento a fortuna lhe sorri, outra hora colocar-se-á
contra ele, este deverá estar preparado a moldar-se ao novo momento de
infortúnio e impedir que a má sorte lhe derrube, quando este já a tiver contra si,
precisará como em todos os momentos
de governo, ser uma raposa, astuta e com seus atentos ouvidos não se deixar
pegar de surpresa, preocupar-se em perceber os problemas o mais rápido
possível, quando ainda estão remediáveis, mas ser raposa apenas não basta, deve
ter a força e a majestade do leão, que com comedida ferocidade destrói os que
lhe opõem, livrando-se assim de pequenas desordens e por conseqüência ganha
também o temor dos que um dia poderia ter como inimigos, pois estes invejosos
e/ou insatisfeitos evitarão sofrer o mesmo destino.
“as ofensas devem ser feitas todas de uma só vez, a fim de que, pouco
degustadas, ofendam menos, ao passo que os benefícios devem ser feitos aos
poucos, para que sejam melhor apreciados” ( Capitulo III, parágrafo 8)
Mas como foi dito, o ato "leonino"(de leão já supracitado) dever ser moderado, bem pensado, pois o governante que age apenas pela
força corre o risco de ser odiado, e um príncipe ‘virtuoso’ percebe que, como os homens não esquecem as pequenas
ofensas, estarão sempre esperando oportuno momento de vingança, este momento
não deverá ser dado, ao causar uma ofensa, que ofenda de forma que
contraposição não possa ser temida, o infortúnio que precisa ser causado deve
ser definitivo e rápido a fim de que, a fortuna não encontre brecha para lhe ferir.
“Creio, ainda, seja feliz aquele que acomode seu proceder na natureza
dos tempos, da mesma forma que penso seja infeliz aquele que, com o seu
proceder, entre em choque com o momento que atravessa.” (Capitulo XXV, parágrafo 3)
Segundo Maquiavel a maior parte dos homens, em
suas ações, seguramente possuem semelhante objetivo, ou seja, a glória e a
riqueza, mas para alcançá-los recorrem a diferentes modos de agir, e mesmo dois
governantes agindo de forma inversa, com efeito, podem alcançar o mesmo fim,
pois se adaptaram a natureza de seu tempo, ou seja, moldaram-se a ação da
fortuna. E aos que recorreram ao mesmo modo de ação em situações parecidas,
tendo um fracassado e outro saído vitorioso, dá-se que um teve a fortuna como
apoio e outro não, ou ainda, ambos não a tiveram ou tiveram, mas a um faltou a virtú.
“Um príncipe prudente, portanto, sempre tem fugido a essas tropas para
voltar-se as suas próprias forças...” (Capitulo XIII, parágrafo 4)
“Deve o
príncipe, portanto, não desviar um momento sequer o seu pensamento do exercício
da guerra” (Capitulo XIV,
parágrafo 3)
Não deve um príncipe²,
pois, tornar-se efeminado, abrir mão da força, já que, geralmente, os príncipes voltados a
modos mais delicados que guerreiros, perdem o Estado, uma vez que é
através da própria arte de guerrear é que se conquista um. E que as
armas que tiver a seu uso, sejam suas e de ninguém mais, pois não se deve
confiar em tropas mercenárias, que não estarão dispostas a morrer por tua terra
e ainda não são eficazes, uma vez que lucram com a ação da guerra, farão com
que esta caminhe a passos curtos, estes para um bom governo são inúteis, nem
garantir-se em tropas auxiliares, pois não só ficará limitado a virtú e fortuna de outros como uma vez
que perca a guerra estarás perdido e caso ganhe estará sempre em divida com a
bandeira que tal tropa é fiel. O Príncipe deve deixar seu exercito sempre preparado, em constante treino, não obstante ,
como já foi dito acima, mesmo que esteja em tempos de paz, os tempos de guerra
podem estar bem à frente, e deve-se sempre, estar preparado e não contar com a
fortuna.
“Considero que seja melhor ser impetuoso do que dotado de cautela, porque a fortuna é mulher e conseqüentemente se
torna necessário, querendo dominá-la, bater-lhe e contrariá-la; e ela mais se
deixa dominar por estes do que por aqueles que procedem friamente. A Fortuna,
porém, como mulher, sempre é amiga dos jovens, que são menos cautelosos, mais
afoitos e com maior audácia a dominam.” ( Capitulo XXV, parágrafo 9)
O
bom governante²,deve estar sempre em movimento, jamais acomodado, como fazem os
velhos cansados em suas cadeiras, deve-se sempre se adaptar para derrubar as
barreiras da fortuna, pois caso esta venha tentar impedi-lo, possa ser rápida e
audaciosamente conquistada, pois somente os homens de ação, os homens que
exercitam a guerra, têm tal virtú,
deliberam e agem, pois uma vez que muito pensam, pouco fazem, os problemas
tornam-se maiores, e por conseqüência não mais passiveis de solução. Assim, se
a fortuna vence, levará a desgraça aquele que não souber opor-se a ela, mas
como uma mulher libidinosa estará, também, sempre ao lado dos que arriscam e
são atenciosos, dos que são fortes e astuciosos, e principalmente daqueles que
possuem a riqueza e a glória."
O Príncipe de Maquiavel (download)
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